Anos depois, Volantino cresceu, virou uma criança. Seu sonho de consumo era uma grande e bonita bicicleta. Aquelas supercaras que só adulto rico tem. O pequeno menino pensara, que, se ele tivesse uma bike daquelas, ele seria o máximo com seus amigos e até com as meninas.
Volantino ficou jovem. Mais ou menos vinte a vinte e cinco anos. O que ele queria mesmo era uma moto. Ele não gostava mais de bikes, mas adorava motos. Sua moto dos sonhos tinha que ter tudo: estofamento de couro, som de alta qualidade, detalhes em diamante e outras coisas mais.
O homem envelheceu. Odiava motos, bikes e carrinhos de bebê. Achava tudo aquilo uma besteira. Ele queria um carro muito mais prático e dava até para viajar com a família.
Volantino ficou idoso. Mal conseguia caminhas. Por isso queria uma cadeira de rodas motorizada. Mas era muito caro.
O velho faleceu. Foi levado no caixão até o cemitério, claro - a pé. Mesmo morto, pensava:
- Eu queria uma linda carruagem.
escrita por Júlia Ávila,
que pra quem não sabe,
é a minha irmã
de dez anos completíssimos.
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