quarta-feira, 3 de outubro de 2012

de verdade

gosto de gente de verdade.
feita de carne e sangue vermelho, claro ou escuro. que erra e pede desculpa, que faz e se arrepende, que abraça e beija e amassa, de verdade. saudável falta de prudência que faz a gente viver forte, que afasta a razão e libera o instinto do corpo, da dança, do grito, sem dó. julgando o julgamento como pouco importante, se esquecendo de que as pessoas lembram, ignorando que amanhã é um novo dia.
existem aos montes. tolidos, comportados, prudentes, felizes - se dizem. não sei. nasci sabendo que ser educada é um saco. segurar os talheres, alterar os pronomes, cruzar as pernas, sorrir. como quem se importa. com t o d a s essas coisas frias.
minha infanto-juvenil licença poética já pouco aceita entre a maioria acaba em pouco tempo. até uns anos atrás sempre tinha alguém a minha volta pra concertar qualquer observação sem-vergonha, über sincera, de verdade.
uma pena. vai expirar e só lamento. no mundo, de verdade, sou menos uma.

2 comentários:

  1. No outro blog a gente não pode comentar como anônimo. Prefiro este, já que não tenho nenhuma identidade URL

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  2. também prefiro esse. não precisa ser de verdade que nem o outro.

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