quinta-feira, 23 de junho de 2011

Carpe Diem

mas não foi pra isso que eu entrei aqui.
"Carpe Diem", frase classicamente inconsequente pros que se consideram espertos. completamente cliché pra nome de álbum no orkut.
mesmo assim, tento seguir porque parece dar certo. dia após o outro, porque afinal de contar não tenho nada pra esperar mesmo.
com a esperança de um diem realmente bem carpado, corro. corro atrás da máquina pra acabar tudo rápido e começar a carpar de uma vez. ao menos um momento bem curtido. não tenho nada pra esperar mesmo.
e é por essas e outras que eu não consigo. não consigo viver dia após dia.
porque eu preciso esperar e porque eu preciso correr
poque eu não sei como se faz diferente
Demorei muito tempo pra gostar de Pink Floyd. Insisti muito só porque tinha certeza de que realmente valeria a pena. Aprendi a gostar na marra, não pra me achar mais refinada, mas sim pra ter pra onde correr quando determinadas coisas acontecem ou para quando estou sentindo determinados sentimentos. específicos.
Parar e ouvir o Dark Side of the Moon. Sempre é bom. Quem não gosta dorme, quem gosta pensa. Pink Floyd me lembra máquina, me lembra caipiras, me lembra coral de igreja negra americada, também.
Domingo foi um dia muito importante pra minha vida. Talvez pra esse ano. Talvez só pra esse mês. Foi importante pra inflar meu ego, pra provar que sim - tu faz alguma coisa direito. É confortável quando se tem um papel que comprove e que deixe qualquer um - inclusive eu mesma - sem argumentos. Foi ótimo. Segunda cheguei em casa em colapso mental.
Depois de dois períodos completamente gregos no colégio, cheguei em casa sendo triturada pela máquina. Tipo produto com defeito, me senti um patinho que anda em círculos depois que alguém dá corda.

terça-feira, 14 de junho de 2011

numa escrivaninha

nasci loira e alta, mas fui bem cuidada só até os dois anos. depois disso, comecei a usar uma blusa rosinha, rasgada até o meio da minha barriga.
pra garantir minha temperatura, ando enrolada no meu paninho claro o ano inteiro. faça frio ou calor (já que sol não vejo quase nunca), estou sempre com ele por precaução.
não brincam nem conversam mais comigo. moro numa escrivaninha. já fui das amigas a líder, das vestidas a mais moderna, das feiticeiras a mais mágica, das bonecas as mais novas.
moro numa escrivaninha. nasci, cresci e virei enfeite. não pego poeira porque moro embaixo da estante. estante que fica em cima da minha escrivaninha.
gosto daqui: converso com o robô verde, com o sapo vermelho, com a fada roxa e com a parede.
moro numa escrivaninha.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

análise

não contei pra quase ninguém, mas já tá na hora.
contei pra uma moça, a um tempo atrás, sobre a minha vida. sobre a parte ruim dela. o efeito foi tipo jenga, puxei um tijolinho e veio tudo: puxei do fundo do baú coisas que talvez nem me encomodem mais pra contar pra ela. contei mesmo. a moça, coitada, ficou sem o que dizer e usou o diploma dela pra me indicar pra um tratamento psicologico clínico que me ajudaria a organizar a mente.
pra variar, demorei pra engolir. eu sempre preciso de tempo pra digerir as coisas. não por ser lenta, eu realmente gosto de pensar nas coisas com calma, analisar vários fatores e aspectos que tenham a ver. mania. quando a coisa realmente entrou no meu intestino cerebral, marquei uma consulta.
o lugar era legal, profissionais preparados e interessados. espertos e assustadores. na sala de espera, pessoas andando de um lado pro outro enquanto as estranhas permaneciam obedecendo a Lei da Inércia, sentadas, paradas. eu era uma delas, então posso falar bastante.
desci umas escadas e subi outras, acompanhada da psicóloga, até uma salinha. na salinha tinha três cadeiras. enquanto ela fechava a porta sentei na mais próxima. eu estava bem calma. ela sentou e ficamos uns 2 segundos paradas, olhando uma pra cara da outra (atualmente, ao menos na minha cabeça, dois segundos de silêncio são uma coisa notável). a entrada ao tratamento foi dada com a frase "e daí, o que te encomoda?" e eu dei um jeito de introduzir um monólogo. efeito jenga se repetiu, porque as coisas não mudam, mas dessa vez teve um detalhe.
meu monólogo não teve nem início, nem meio, nem fim. teve uns parágrafos e uma interrupção.
"querida, nosso tempo acabou. te ligo pra marcar outro horário".
volto?

domingo, 12 de junho de 2011

Funções

Altos e baixos em linhas retas, onde fatores variados influenciam as coordenadas do gráfico. Um dos eixos representa os fatores biológicos, especialmente hormonais, que normalmente influenciam a função a cair devido a mau humor ou espinhas. O outro eixo representa os fatores externos. Os mais complicados.
Para se sair bem nessa prova o aluno precisa saber, de cor e salteado, que o eixo dos fatores externos se classifica em família, colégio, colégio e amigos.
Construa o gráfico de:
- Família tudo na mesma, a quase dois meses.
- Colégio extressante, mas já faz tempo e estou acostumada.
- Colégio me faz acordar cedo, fico cansada. Estressada.
- Uma das minhas amigas quebrou a clavícula e as outras não me procuram no recreio.
- Já menstruei esse mês.
Resposta: uma constante em "ajuda".

a propósito estou estudando função modular, me identifiquei com a moça.