terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Longe do Banheiro

Acabou meu sono mas eu estava longe do banheiro. Levantei da minha cama, de pijama branco com azul, e desci 3 lances de escadas. Ainda amanhecia e eu e todos os meus vizinhos estávamos na rua, rumo aos seus banheiros. Descabelados e sonolentos, de chinelo, atravessando as ruas sem olhar pros lados por causa do sono. Ninguém falava nada. Cheguei no prédio do meu banheiro depois de umas duas quadras e encontrei uma moça no início da primeira parte da escada. Ela me perguntou se era preciso indicação médica para usar a academia dali. Pelo jeito o prédio do meu banheiro tinha uma academia para os usuários, por isso eu disse que sim. Disse que ela devia ir no médico e trazer um atestado. Ela agradeceu, foi embora e eu comecei a subir as escadas, precisava ir no banheiro. No meio do caminho lembrei que devia ter avisado que além do atestado ela precisava ser moradora do prédio. Mas tudo bem, ela deve ser. Cheguei na porta do meu banheiro. Acordei.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

sobre sentar e esperar

Sinto saudade de gente que eu ainda não conheci. Às vezes paro pra pensar no pouco tempo que eu vivi, pra lembrar em tudo o que mudou e em tudo o que continua igual. Acho bonito, mas tudo de novo não - obrigada.  Às vezes paro pra pensar no muito o que eu tenho pra viver, no tudo o que eu quero conseguir fazer e sinto fome de vida, vontade de experiência. Necessidade de história pra contar, falta de saco pra aguardar.
Os Volantes cantaram sobre gostar e esperar mas, como gosto de muitas pessoas e por isso gosto de poucas pessoas, decidi sentar. Sentar e esperar.

Velha Amiga

Você tem que olhar a estrada com uma cara cansada, como uma velha amiga, que você já não aguenta mais.
Estou aqui de passagem. A vida é uma mala pronta pra viagem. Minha cabeça é minha bagagem e a estrada é uma velha amiga - com quem você pode contar, velha amiga. Você tem que olhar a estrada como uma cara cansada, como uma velha amiga, que você já não aguenta mais - com quem você pode contar, velha amiga.

Cachorro Grande

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

precisa

Precisa ser gentil. Precisa ser educado. Precisa saber conversar. Precisa falar a minha língua. Precisa puxar a cadeira pra mim. Não precisa ser literalmente. Precisa tomar banho. Não precisa cheirar a flor. Não precisa entender economia. Não precisa saber desenhar. Não precisa tirar notas altas. Precisa passar de ano. Não precisa saber cozinhar. Precisa ser mais alto do que eu. Precisa cumprimentar as minhas amigas. Não precisa olhar demais pra elas. Precisa mexer no meu cabelo. Precisa de iniciativa. Não precisa ser complicado. Não precisa me ligar. Precisa me mandar mensagens do nada. Não precisa me seguir no twitter. Precisa ser meu amigo no facebook. Não precisa atrolhar minha home com atualizações. Precisa me responder. Sempre. Precisa ser gênio?

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

eu e a minha cabeça

A gente se dá bem. Normalmente é ela quem manda. Às vezes, com carinho, eu tento guiar ela pra onde eu quero que ela vá, como se ajeitasse o foco da minha Nikon. Ela é louca, agitada, não para quieta nunca. Eu sou lenta, calma, devagar quase parando. Mas a gente tem se dado bem. A gente faz terapia junto. Tenho aprendido a me dar melhor com ela, pra facilitar meu dia-a-dia, pra eu agir melhor. A gente medita junto, de perna cruzada, numa almofada vermelha. Ela brota milhões de pensamentos e eu a trago de volta pra flor azul. Ela continua e eu, de novo, pra flor azul. Ela tem vindo. A gente tem se entendido.
Esses dias aprendi a metáfora da vida música. Como se ela tocasse uma música que se adaptasse às situações e ao meu humor, durante o dia inteiro. Na meditação a música não pausa. A gente aprende a tocar, a abaixar o volume, a passar pra próxima. Qualquer hora aprendo a mudar pra faixa anterior.
Mesmo assim, a gente tem se dado bem.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

O dia que Júpiter encontrou Saturno

Foi a primeira pessoa que viu quando entrou. Tão bonito que ela baixou os olhos, sem querer querendo que ele também a tivesse visto. Deram-lhe um copo de plástico com vodka, gelo e uma casquinha de limão. Ela triturou a casquinha entre os dentes, mexendo o gelo com a ponta do indicador, sem beber. Com a movimentação dos outros, levantando o tempo todo para dançar rocks barulhentos ou afundar nos quartos onde rolavam carreiras e baseados, devagarinho conquistou uma cadeira de junco junto a janela. A noite clara lá fora estendida sobre Henrique Schaumann, a avenida poncho & conga, riu sozinha. Ria sozinha quase o tempo todo, uma moça magra querendo controlar a própria loucura, discretamente infeliz. Molhou os lábios na vodka tomando coragem de olhar para ele, um moço queimado de sol e calças brancas com a barra descosturada. Baixou outra vez os olhos, embora morena também, e suspirou soltando os ombros, coluna amoldando-se ao junco da cadeira. Só porque era sábado e não ficaria, desta vez não, parada entre o som, a televisão e o livro, atenta ao telefone silencioso. Sorriu olhando em volta, muito bem, parabéns, aqui estamos.

Não que estivesse triste, só não sentia mais nada.

Levemente, para não chamar atenção de ninguém, girou o busto sobre a cintura, apoiando o cotovelo direito sobre o peitoril da janela. Debruçou o rosto na palma da mão, os cabelos lisos caíram sobre o rosto. para afastá-los, ela levantou a cabeça, e então viu o céu tão claro que não era o céu normal de Sampa, com uma lua quase cheia e Júpiter e Saturno muito próximos. Vista assim parecia não uma moça vivendo, mas pintada em aquarela, estatizada feito estivesse muito calma, e até estava, só não sentia mais nada, fazia tempo. Quem sabe porque não evidenciava nenhum risco parada assim, meio remota, o moço das calças brancas veio se aproximando sem que ela percebesse.

Parado ao lado dela, vistos de dentro, os dois pintados em aquarela - mas vistos de fora, das janelas dos carros procurando bares na avenida, sombras chinesas recortadas contra a luz vermelha.

E de repente o rock barulhento parou e a voz de John Lennon cantou every dau, every way is getting better and better. Na cabeça dela soaram cinco tiros. Os olhos subitamente endurecidos da moça voltaram-se para dentro, esbarrando nos olhos subitamente endurecidos dos moço. As memórias que cada um guardava, e eram tantas, transpareceram tão nitidamente nos olhos que ela imediatamente entendeu quando ele a tocou no ombro.

-Você gosta de estrelas?
-Gosto. Você também?
-Também. Você está olhando a lua?
-Quase cheia. Em Virgem.
-Amanhã faz conjunção com Júpiter.
-Com Saturno também.
-Isso é bom?
-Eu não sei. Deve ser.
-É sim. Bom encontrar você.
-Também acho.

(Silêncio)

-Você gosta de Júpiter?
-Gosto. Na verdade "desejaria viver em Júpiter onde as almas são puras e a transa é outra".
-Que é isso?
-Um poema de um menino que vai morrer.
-Como é que você sabe?
-Em fevereiro, ele vai se matar em fevereiro.

(Silêncio)

-Você tem um cigarro?
-Estou tentando parar de fumar.
-Eu também. Mas queria uma coisa nas mãos agora.
-Você tem uma coisa nas mãos agora.
-Eu?
-Eu.

(Silêncio)

-Como é que você sabe?
-O quê?
-Que o menino vai se matar.
-Sei de muitas coisas. Algumas nem aconteceram ainda.
-Eu não sei nada.
-Te ensino a saber, não a sentir. Não sinto nada, já faz tempo.
-Eu só sinto, mas não sei o que sinto. Quando sei, não compreendo.
-Ninguém compreende.
-Às vezes sim. Eu te ensino.
-Difícil, morri em dezembro. Com cinco tiros nas costas. Você também.
-Também, depois saí do corpo. Você já saiu do corpo?

(Silêncio)

-Você tomou alguma coisa?
-O quê?
-Cocaína, morfina, codeína, mescalina, heroína, estenamina, psilocibina, metedrina.
-Não tomei nada. Não tomo mais nada.
-Nem eu. Já tomei tudo.
-Tudo?
-Cogumelos têm parte com o diabo.
-O ópio aperfeiçoa o real
-Agora quero ficar limpa. De corpo, de alma. Não quero sair do corpo.

(Silêncio)

-Acho que estou voltando. Usava saias coloridas, flores nos cabelos.
-Minha trança chegava até a cintura. As pulseiras cobriam os braços.
-Alguma coisa se perdeu.
-Onde fomos? Onde ficamos?
-Alguma coisa se encontrou.
-E aqueles guizos?
-E aquelas fitas?
-O sol já foi embora.
-A estrada escureceu.
-Mas navegamos.
-Sim. Onde está o Norte?
-Localiza o Cruzeiro do Sul. Depois caminha na direção oposta.

(Silêncio)

-Você é de Virgem?
-Sou. E você, de Capricórnio?
-Sou. Eu sabia.
-Eu sabia também.
-Combinamos: terra.
-Sim. Combinamos.

(Silêncio)

-Amanhã vou embora para Paris.
-Amanhã vou embora para Natal.
-Eu te mando um cartão de lá.
-Eu te mando um cartão de lá.
-No meu cartão vai ter uma pedra suspensa sobre o mar.
-No meu não vai ter pedra, só mar. E uma palmeira debruçada.

(Silêncio)

-Vou tomar chá de ayahuasca e ver você egípcia. Parada do meu lado, olhando de perfil.
-Vou tomar chá de datura e ver você tuaregue. Perdido no deserto, ofuscado pelo sol.
-Vamos nos ver?
-No teu chá. No meu chá.

(Silêncio)

-Quando a noite chegar cedo e a neve cobrir as ruas, ficarei o dia inteiro na cama pensando em dormir com você.
-Quando estiver muito quente, me dará uma moleza de balançar devagarinho na rede pensando em dormir com você.
-Vou te escrever carta e não te mandar.
-Vou tentar recompor teu rosto sem conseguir.
-Vou ver Júpiter e me lembrar de você.
-Vou ver Saturno e me lembrar de você.
-Daqui a vinte anos voltarão a se encontrar.
-O tempo não existe.
-O tempo existe, sim, e devora.
-Vou procurar teu cheiro no corpo de outra mulher. Sem encontrar, porque terei esquecido. Alfazema?
-Alecrim. Quando eu olhar a noite enorme do Equador, pensarei se tudo isso foi um encontro ou uma despedida.
-E que uma palavra ou um gesto, seu ou meu, seria suficiente para modificar nossos roteiros.

(Silêncio)

-Mas não seria natural.
-Natural é as pessoas se encontrarem e se perderem.
-Natural é encontrar. Natural é perder.
-Linhas paralelas se encontram no infinito.
-O infinito não acaba. O infinito é nunca.
-Ou sempre.

(Silêncio)

-Tudo isso é muito abstrato. Está tocando "Kiss, kiss, kiss". Por que você não me convida para dormirmos juntos.
-Você quer dormir comigo?
-Não.
-Porque não é preciso?
-Porque não é preciso.

(Silêncio)

-Me beija.
-Te beijo.

Foi a última pessoa que viu ao sair. Tão bonita que ele baixou os olhos, sem saber sabendo que ela também o tinha visto. Desceu pelo elevador, a chave do carro na mão. Rodou a chave entre os dedos, depois mordeu leve a ponta metálica, amarga. Os olhos fixos nos andares que passavam, sem prestar atenção nos outros que assoavam narizes ou pingavam colírios. Devagarinho, conquistou o espaço junto à porta. Os ruídos coados de festas e comandos da madrugada nos outros apartamentos, festas pelas frestas, riu sozinho. Ria sozinho quase sempre, um moço queimado de sol, com a barra branca das calças descosturadas, querendo controlar a própria loucura, discretamente infeliz.

Mordeu a unha junto com a chave, lembrando dela, uma moça magra de cabelos lisos junto à janela. Baixou outra vez os olhos, embora magro também. E suspirou soltando os ombros, pés inseguros comprimindo o piso instável do elevador. Só porque era sábado, porque estava indo embora, porque as malas restavam sem fazer e o telefone tocava sem parar. Sorriu olhando em volta.

Não que estivesse triste, só não compreendia o que estava sentindo.

Levemente, para não chamar a atenção de ninguém, apertou os dedos da mão direita na porta aberta do elevador e atravessou o saguão de lado, saindo para a rua. Apoiou-se no poste da esquina, o vento esvoaçando os cabelos, e para evitá-lo ele então levantou a cabeça e viu o céu. Um céu tão claro que não era o céu normal de Sampa, com uma lua quase cheia e Júpiter e Saturno muito próximos. Visto assim parecia não um moço vivendo, mas pintado num óleo de Gregório Gruber, tão nítido estava ressaltado contra o fundo da avenida, e assim estava, mas sem compreender, fazia tempo. Quem sabe porque não evidenciava nenhum risco, a moça debruçou-sena janela lá em cima e gritou alguma coisa que ele não chegou a ouvir. Parado longe dela, a moça visível apenas da cintura para cima parecia um fantoche de luva, manipulado por alguém escondido, o moço no poste agitando a cabeça, uma marionete de fios, manipulada por alguém escondido.

De repente um carro freou atrás dele, o rádio gritando "se Deus quiser, um dia acabo voando". Na cabeça dele soaram cinco tiros. De onde estava, não conseguiria ver os olhos da moça. De onde estava, a moça não conseguiria ver os olhos dele. Mas as memórias de cada um eram tantas que ela imediatamente entendeu e aceitou, desaparecendo da janela no exato instante em que ele atravessou a avenida sem olhar para trás.

Caio Fernando Abreu

terça-feira, 18 de outubro de 2011

sustentável

Desde bem guria me esforço muito: levava a minha mochila da sala até o carro, não pintava fora da linha, tirava mais do que nove e meio até a maldita 5ª série, tinha uma letra bonita e legível, lia tablatura para ser diferente e partitura para ser aceita. Violão até os nove, guitarra até os treze e flauta até hoje. Viver correndo atrás da nós é cansativo e decepcionante. Eu, ao menos, nunca tive coins o suficiente para uma nova vida. Já esbarrei numa tartaruga aos x99 várias vezes e recomecei, todas as vezes, sem gás nenhum. Hoje bati numa tartaruga de casco verde. Doeu. Perdi todas as minhas moedas, de novo, mas ganhei um cogumelo. Aprendi a ser sustentável e, a partir de hoje, dispenso moedas. Aceito quedas e notas. No próximo level pretendo aprender a falsificá-las.

domingo, 9 de outubro de 2011

Tangerine

Aos (quase) dezesseis aninhos se espera que uma moça magra, saudável e feliz saia por aí para balançar as tranças. Também supõe-se que ela já sabe se arrumar - o que inclui maquiagem, comprar/combinar suas roupas com a bolsa e o sapato, dar um jeito no cabelo em menos de meia hora, entre outros detalhes indispensáveis. Também supõe-se que ela tem amigas, umas três ou quatro, fiéis e animadas pra sair no sábado à noite.
Ontem à noite foi sábado à noite, porque agora é domingo de noite. Não saio muito. Quando saio prefiro poder ir e voltar sozinha, de dia, (de preferência) de graça ou ao custo da passagem de ida e volta. Ontem uns amigos me convidaram pra uma noite.
Noite s.f. momento de confraternização entre jovens entre 14 e 18 anos, normalmente na casa de um dos membros do círculo de amizades. Cultiva-se o consumo de álcool normalmente em quantidades acima do recomendado. É comum a presença de pessoas novas, que não pertencem ao grupo. Hábitos como cantar ao som de um violão, cantar ao som de um pandeiro, tomar sangue, jogar videogame, entre outros, variam de acordo com a tribo dos convidados.
Não fui. Porque eu não bebo, por pura preguiça, por vontade de ficar quieta. Porque eu gosto de comer pizza vendo a novela. Ontem tinha basca, vegetariana, portuguesa e marguerita. O suco era de bergamota, embora na embalagem estivesse escrito "tangerina".
Minha irmã leu alto: "tangerina". Ouvi, ri e cantei "tangerine, tangerine, living reflection from a dream". Meu pai perguntou se era do Led Zeppelin.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Simular

Modelo: um grupo de engajados alunos se reúnem para discutir geopolítica e/ou política externa frente a uma simulação de tribunal internacional, seguindo regras oficialmente instituídas pela Organização das Nações Unidas. Cada boa alma representa uma nação num comitê. Cada comitê discute um tópico de importância mundial. Tópicos são discutidos em espaços de tempo denominados sessões. Ao final de cada sessão, espera-se a aprovação de uma resolução. Em uma resolução descreve-se uma solução para o problema exaustivamente discutido nas sessões anteriores. Esta é  confeccionada pelos delegados do comitê e votada, sendo aprovada somente se maioria aprová-la. Utiliza-se o verbo "simular" para designar o ato de participar de um evento desses.
E sim, eu gosto dessa loucura nerd. Gosto de simular. Simulei pela primeira vez no primeiro de semestre desse ano. Defendi a Somália - que é um país que se encontra numa situação.. complicada - no comitê da UNESCO - que é responsável por debater o direito à educação e a liberdade religiosa. Somália, educação, religião. Complicado. Mas foi foda. Tão foda que no final do evento fui eleita melhor delegada. Fiquei feliz mas passou.
Setembro do mesmo ano me aparece a oportunidade de simular de novo, em Brasília, com um grupo de 20 loucos parecidos comigo. Fui correndo, sob efeito de Dramim, sabendo que dessa vez faria parte do curioso grupo que faz a cobertura jornalística e administra as coletivas de imprensa. Trabalharia na Agência de Comunicação como repórter. Além das toneladas de aprendizado, voltei pra Porto Alegre conhecendo muita gente legal. Gente foda da capital. Daí no final eu ganhei outra menção honrosa, de melhor repórter.
Voltei pra casa perto do feriado da Revolução Farroupilha, aquela semana que o bairrismo vira lama de tão grosso, e tive tempo pra parar e pensar. Voltei feliz, com uma sensação de dever cumprido, de que sim - eu sei fazer alguma coisa. Essa coisa se chama argumentar, defender, encher o saco de alguém, não desistir de tentar convencer. Essa coisa se chama advogar. Essa coisa se faz com uma carteira da OAB, com uma faculdade de direito.
Mas eu não quero. Eu quero design. Mas eu quero, também. É bom e eu sei fazer. Mas design. Mas.
Tenho dois anos pra pensar nisso, aceito opiniões.

sábado, 17 de setembro de 2011

Eu, advogada.

Faz mais ou menos um mês uma semana que eu e minha irmã fizemos um trato: quando eu instalasse o The Sims pra ela voltar a jogar aquele vício, ela me daria um bonequinho lindo que ela tem. Trato feito. Enrolei até não poder mais. Para o bem da saúde ocular dela e porque o jogo é pirata e demora anos pra baixar. Hoje, sábado do feriadão da Revolução Farroupilha, meu coração gaudério criou coragem e lá fui eu, em busca do meu prêmio. Instalei tudo e ganhei meu bonequinho.
Quando ela foi me agradecer e prestar as devidas homenagens, uma lembrança aleatória me ocorreu. Eu e ela temos cinco anos de diferença e, quando menores, costumávamos trocar brinquedos. Eu te dou esse e tu me dá aquele. Eu, já mais velha, sempre pagando de espertinha - trocando anel de plástico mágico pela barbie do último aniversário dela. Depois de muito escambo, um problema começou a acontecer: a gente trocava e ela esquecia do nosso trato. Acabava que o meu brinquedo e o dela ficavam na gaveta dela, embaixo da cama dela, dentro da casinha de brinquedo dela, o que - convenhamos - é um absurdo. A solução que eu encontrei foi simples. Comprei um caderninho, do Garfield, e cada vez que trocávamos alguma coisa eu escrevia lá: "A Júlia trocou comigo um carrinho rosa por uma polly de sutiã amarelo", depois fazia ela assinar. Eu com meus 7 ou 8 anos, ela com seus 2 ou 3. Eu, advogada.
O caminho percorrido pelo impulso elétrico emitido pelo meu neurônio segue descrito no próximo post.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

foreing?

seriously thinking about start post in english here. thanks for the foreing visitors that doesn't speak english and i don't know what are doing here. thanks for blogger to show who read me. thanks god to make us thank u to read it until the end thanks, thanks, thanks - thanks, thanks you. bravo.

Telas Brancas

Aprendi com o tempo que reclamar só muda alguma coisa se tu falares bonito e se tu tiveres credibilidade. Caso tu saibas falar bonito, vão te achar maduro e inteligente o suficiente para ser ouvido. Caso tu tenhas credibilidade, o que foi ouvido pode - quem sabe - ser levado adiante. Para que tu sejas ouvido tu não precisas de um discurso bonito, a nível de Nelson Mandela ou Obama. Tu podes falar a maior asneira da história da humanidade, se for com firmeza e beleza tu coloca um país - quem sabe 4 - contra uma raça. Tu coloca o que tu quiseres dentro de qualquer cabeça vazia.
Cabeças vazias, telas brancas sem verniz. Tinta tem aos montes por aí. À óleo mata. Acrílica não sai do tecido. De tecido só não sai de tecido. Guache dura dois dias. Caneta permanente não atrapalha o leitor de drive de CD e sangue sai com OMO tripla ação.
Colégios e escolas, lojas de pintura. Bandos e tribos e clãs de adolescentes telas brancas e um clima de paintball.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

descobri

Acordo cedo e durmo tarde, todos os dias, com um monte de coisa para fazer. Desde instalar o jogo que a minha irmã tanto gosta até os milhares de exercícios de história, química, biologia, pinguim, cadeira e aquário. Hoje foi diferente.
Na verdade não foi diferente. Tudo foi igual mas consegui conversar com meu ser, finalmente. Quando? Descobri que eu não consigo parar para pensar, mas consigo pensar caminhando. Descobri que ao sair de um lugar e escolher o caminho mais longo, não tenho outra opção se não caminhar até em casa. Descobri que posso me desesperar no meio do caminho, lembrando do que tenho e do que preciso fazer, mas concluí que não vai ter jeito: vou ter que caminhar até lá, é a única opção. Até porque eu nunca tenho dinheiro para um táxi.
Descobri que posso matar dois períodos de Ed. Física de manhã e compensá-los, na caminhada até em casa, com gasto de energia e reflexão. 
Aprendi que preciso aprender a fazer três meios de coisa ao mesmo tempo. Três meios é um vírgula cinco.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Suficientemente Complicado

Nasci saudável. Nunca quebrei um osso. Chorei pra ir pra creche. Desisti.
Aprendi a ler rápido. Meu cabelo era liso. Sempre tive amigos. Sei fazer contas. Tenho notas altas. Nunca ninguém me mandou fazer o tema. Nunca ninguém me mandou estudar. Peguei recuperação. Uma vez.
Nunca dormi na casa de uma amiga depois de uma festa. Nunca tomei um porre. Nunca tomei vodka. Nunca namorei sério. Sou virgem. Meu grau de comportamento é 9,40. Atrasei-me duas vezes.
Não uso só roupas pretas. Tenho blusas com flores. Uso grampinhos no cabelo. Uso óculos escuros. Não gosto de brincos compridos. Não gosto de roupa colada. Não uso saias curtas. Não uso decotes. Tenho um piercing. Na orelha.
Não uso drogas. Não preciso trabalhar. Tenho comida em casa. Minha cama é quente. Tenho roupas pra emprestar. Uso roupas emprestadas. Tenho tênis all star. Ganho mesada todo mês. Ganhei uma câmera legal de aniversário. Ganhei um notebook do nada. Não sei o que pedir de aniversário esse ano. Não preciso de mais nada.
Lido bem com hierarquia. Tenho características de uma líder. Consigo ser criativa. Gosto de tirar fotos. Não sou loira. Uso calça jeans. As paredes do meu quarto são brancas. Minha cama é de madeira. Meu celular é preto. Uso meias brancas. Prefiro anéis de prata. Adultos gostam de mim. Gosto de adultos. Gosto de crianças. Não gosto de sair sem maquiagem. Mas às vezes eu esqueço.
Tenho alguns problemas. Nenhum suficientemente complicado.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Mexicano Hare Krishna

Depois de duas semanas dormindo até às duas horas da tarde, hoje tive que acordar às seis. Não pra ir no zoológico, nem pra viajar, nem pra ir pra beira do mar - mas pra ir pra aula. As férias acabaram e eu ainda não me toquei que é sério. Acordei, sentei, beijei o meu gatinho pelinho quentinho, criei coragem e fui pro banheiro. Depois de toda aquela ladainha chamada higiene, me vesti and put my makeup on. Tirei uma carne crua que tava no microondas pra descongelar, coloquei em cima do fogão e esquentei meu café.
Meio grog fui pro colégio e lá fiquei, sentada, rindo e assistindo aula. Ou não. Só sei que demorou mas acabou, 12h40 eu me levantei correndo, almocei com duas amigas e acompanhei uma delas até o curso de inglês. Ainda rindo.
Voltei sozinha, ainda rindo (por dentro). Feliz mesmo. De repente um moço me atacou: "Licença", respondi "Não, obrigada!", ainda rindo. E ele "Mas é um livro pra você!". Não entendi nada e fui embora.
Andei mais um pouco e, na mesma rua, um moço alto e oriental me chamou "Marcela, com licença". Falava um portuñol brabo e tinha o cabelo raspado, usava uma roupa bem simples. Disse que sabia meu nome porque leu na minha farda, que era de uma comunidade hare krishna, que era do México, que eu podia escolher um livro e que eu podia doar algum dinheiro - de coração. E eu acreditei em tudo.
Fiz umas outras perguntas, olhei os livros, escolhi um sobre o Karma e me desculpei por não ter dinheiro ali na hora. E não tinha mesmo. Fui pra casa correndo, larguei minhas coisas e o livro, abri a carteira que tava dentro da minha bolsa e tirei uma nota de vinte. Saí de casa, correndo de novo, pra tentar encontrar o moço.
Não tava mais lá.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

365 dias

subs m.: 1. astronomia: tempo que a Terra gasta para dar uma volta em torno do Sol; 2. período de cerca de 365 dias ou doze meses.


Há exatamente um ano atrás eu estava respirando como uma fumante ativíssima, deitada numa cama de hospital. Sem poder levantar, vestia o meu pijama listrado e uma agulha colocava pra dentro de mim a tal da dipirona. A cada meia-hora aparecia uma moça cansada, com os olhos baixos, para apagar  o apitinho do meu remédio e encher aquele o saquinho da minha droga.


Se hoje fosse o dia de hoje há um ano atrás, eu estaria do lado de uma guriasinha loira, bem gringa, cujos fios do marcapasso foram arrrancados com um ou dois ais ou uis dela, milhões de berros internos meus. Eu saberia que estaria indo embora pra casa no dia seguinte, com novas mãos pra criar e novos jeitos de escrever, novos modelos de abraços, apertos de mão, brincadeiras de roda. 


De lá pra cá não perdi meus tiques. Assisto aula secando meu suor imaginário nas calças, subo minhas mangas pra escrever, minhas mãos não encostam em quem eu abraço. Mas muitas mãos novas eu conheci. Descobri que de todas a minha é a mais hidratada e fofinha. De todas a minha é a mais amiga e querida.


Comemorei indo no laboratório, tirar sangue. Guardar a lembrança de mais um desmaio.. 

quarta-feira, 20 de julho de 2011

teste1, teste2

dia 23 de abril de 2011 escrevi sobre o teste1 e não,
não me esqueci dele.
acordei e dormi pensando no que fazer, no que mudar, para que a turbulência acabasse antes do avião cair, antes da gasolina acabar. procurei pista, cogitei pousar no mar de bóia mesmo. pensei melhor.
o teste1 foi um período de testes.
testei técnicas que variaram da medicina, a insistência, a bebida, a psicologia. a maternidade, ao choro, até ao meu gato - coitado. no dia em que eu quase desidratei resolvi parar com essa besteira e comecei a ler.
retomei àquele passeio que eu contei no post teste1 e comecei a pesquisar, a ler, a me informar e antes de ontem decidi.
inicia aqui o teste2

segunda-feira, 11 de julho de 2011

fico triste

nasci nos anos noventa, cheio de novidades, cores e robôs. junto comigo cresceram meus colegas, a maioria dos meus amigos. todos os que eu trato de igual pra igual, todos os que eu critico como critico a mim mesma.
cresci sempre achando estar ligada no mundo. na rua na fora, no jornal nacional, na zero hora ou no diário gaúcho. cresci mais e mudei de realidade, de um ambiente confortável e branco luxo para um centenário do governo amarelo cheddar. gostei.

gostei tanto que lá estou eu, até hoje. só saio de lá quando realmente for preciso. vai demorar. mas às vezes retorno àquela realidade antiga, de beleza e calmaria, que um dia me vi imersa.

fico triste.
fico triste em ver que meus semelhantes, aqueles que tiveram tantas ou mais oportunidades do que eu, aqueles que viveram na bolha de quem vive em cima, cometem erros tamanhos. erros egoístas e ridículos, que envolvem desde um tsunami d'água até um carimbo eterno no ombro esquerdo.

em prol daqueles que, felizmente não tem tanto contato com esse lado da moeda, fico triste depois de ficar revoltada. revoltada com quem não tem a capacidade de abrir a janela do carro pra ver a rua de quem anda a pé.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

my generation


My Generation, by the Who
É a prova imortal de que falar sobre as gerações mais jovens, as gerações que movem o mundo, não é novidade. Felizmente, tudo o que a nova geração faz é tido como coisa da nova geração. The Who, uma banda lenda que se formou em 1964 relatava que "People try to put us down just because we get around, talk about my generation". Primaveras vão e vem e a gurizada da nova geração acorda pra vida.


Eu não nasci nos anos 60. Nem nos anos 50, nem 80, nasci nos anos 90. Nasci no Brasil, em 1995. Faço parte da nova geração. People still talk about my generation mas de um jeito diferente. Nossa música não quebra guitarras e nossas roupas mostram.. corpo nu. Cabeça limpa. Pura?

Sobre a minha geração se fala de doença. De ansiedade crônica, de hiperativismo, de tudo agora, de imediatismo. De crianças mimadas, mal educadas, sem criatividade, agressivas. De alienação, de internet, de bullying, de superexposição.

Esse clipe do Daft Punk me fez pensar coisas tipo "putz, que merda". A música é meio irritante, mas vale a pena insistir um pouco. Foi feito a um tempo, mas faz bastante sentido. Ou nenhum sentido.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Uma Vida Sobre Rodas

Quando Volantino Aguiar era pequeno, seu sonho era ter um lindo carrinho de bebê cheio de acessórios: porta-fraldas, aquecedor de mamadeira, penico embutido e até um guarda-sol ajustável. Nesse sonho, ele imaginava que sua mãe pilotava aquela maravilha de veículo e levava-o, orgulhosamente, para dar umas voltinhas pela cidade.
Anos depois, Volantino cresceu, virou uma criança. Seu sonho de consumo era uma grande e bonita bicicleta. Aquelas supercaras que só adulto rico tem. O pequeno menino pensara, que, se ele tivesse uma bike daquelas, ele seria o máximo com seus amigos e até com as meninas.
Volantino ficou jovem. Mais ou menos vinte a vinte e cinco anos. O que ele queria mesmo era uma moto. Ele não gostava mais de bikes, mas adorava motos. Sua moto dos sonhos tinha que ter tudo: estofamento de couro, som de alta qualidade, detalhes em diamante e outras coisas mais.
O homem envelheceu. Odiava motos, bikes e carrinhos de bebê. Achava tudo aquilo uma besteira. Ele queria um carro muito mais prático e dava até para viajar com a família.
Volantino ficou idoso. Mal conseguia caminhas. Por isso queria uma cadeira de rodas motorizada. Mas era muito caro.
O velho faleceu. Foi levado no caixão até o cemitério, claro - a pé. Mesmo morto, pensava:
- Eu queria uma linda carruagem.
escrita por Júlia Ávila,
que pra quem não sabe,
 é a minha irmã 
de dez anos completíssimos.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

sobrecasar

quero um carinhoso
um querido, amado
dengoso
meu travesseiro.

quero um educado,
um posturado, bem-criado
loiro
meu gato.

quero um músico,
afinado, de bom gosto,
artista
meu ipod.

quero meu travesseiro,
meu gato,
meu ipod,
morrer solteira.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Carpe Diem

mas não foi pra isso que eu entrei aqui.
"Carpe Diem", frase classicamente inconsequente pros que se consideram espertos. completamente cliché pra nome de álbum no orkut.
mesmo assim, tento seguir porque parece dar certo. dia após o outro, porque afinal de contar não tenho nada pra esperar mesmo.
com a esperança de um diem realmente bem carpado, corro. corro atrás da máquina pra acabar tudo rápido e começar a carpar de uma vez. ao menos um momento bem curtido. não tenho nada pra esperar mesmo.
e é por essas e outras que eu não consigo. não consigo viver dia após dia.
porque eu preciso esperar e porque eu preciso correr
poque eu não sei como se faz diferente
Demorei muito tempo pra gostar de Pink Floyd. Insisti muito só porque tinha certeza de que realmente valeria a pena. Aprendi a gostar na marra, não pra me achar mais refinada, mas sim pra ter pra onde correr quando determinadas coisas acontecem ou para quando estou sentindo determinados sentimentos. específicos.
Parar e ouvir o Dark Side of the Moon. Sempre é bom. Quem não gosta dorme, quem gosta pensa. Pink Floyd me lembra máquina, me lembra caipiras, me lembra coral de igreja negra americada, também.
Domingo foi um dia muito importante pra minha vida. Talvez pra esse ano. Talvez só pra esse mês. Foi importante pra inflar meu ego, pra provar que sim - tu faz alguma coisa direito. É confortável quando se tem um papel que comprove e que deixe qualquer um - inclusive eu mesma - sem argumentos. Foi ótimo. Segunda cheguei em casa em colapso mental.
Depois de dois períodos completamente gregos no colégio, cheguei em casa sendo triturada pela máquina. Tipo produto com defeito, me senti um patinho que anda em círculos depois que alguém dá corda.

terça-feira, 14 de junho de 2011

numa escrivaninha

nasci loira e alta, mas fui bem cuidada só até os dois anos. depois disso, comecei a usar uma blusa rosinha, rasgada até o meio da minha barriga.
pra garantir minha temperatura, ando enrolada no meu paninho claro o ano inteiro. faça frio ou calor (já que sol não vejo quase nunca), estou sempre com ele por precaução.
não brincam nem conversam mais comigo. moro numa escrivaninha. já fui das amigas a líder, das vestidas a mais moderna, das feiticeiras a mais mágica, das bonecas as mais novas.
moro numa escrivaninha. nasci, cresci e virei enfeite. não pego poeira porque moro embaixo da estante. estante que fica em cima da minha escrivaninha.
gosto daqui: converso com o robô verde, com o sapo vermelho, com a fada roxa e com a parede.
moro numa escrivaninha.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

análise

não contei pra quase ninguém, mas já tá na hora.
contei pra uma moça, a um tempo atrás, sobre a minha vida. sobre a parte ruim dela. o efeito foi tipo jenga, puxei um tijolinho e veio tudo: puxei do fundo do baú coisas que talvez nem me encomodem mais pra contar pra ela. contei mesmo. a moça, coitada, ficou sem o que dizer e usou o diploma dela pra me indicar pra um tratamento psicologico clínico que me ajudaria a organizar a mente.
pra variar, demorei pra engolir. eu sempre preciso de tempo pra digerir as coisas. não por ser lenta, eu realmente gosto de pensar nas coisas com calma, analisar vários fatores e aspectos que tenham a ver. mania. quando a coisa realmente entrou no meu intestino cerebral, marquei uma consulta.
o lugar era legal, profissionais preparados e interessados. espertos e assustadores. na sala de espera, pessoas andando de um lado pro outro enquanto as estranhas permaneciam obedecendo a Lei da Inércia, sentadas, paradas. eu era uma delas, então posso falar bastante.
desci umas escadas e subi outras, acompanhada da psicóloga, até uma salinha. na salinha tinha três cadeiras. enquanto ela fechava a porta sentei na mais próxima. eu estava bem calma. ela sentou e ficamos uns 2 segundos paradas, olhando uma pra cara da outra (atualmente, ao menos na minha cabeça, dois segundos de silêncio são uma coisa notável). a entrada ao tratamento foi dada com a frase "e daí, o que te encomoda?" e eu dei um jeito de introduzir um monólogo. efeito jenga se repetiu, porque as coisas não mudam, mas dessa vez teve um detalhe.
meu monólogo não teve nem início, nem meio, nem fim. teve uns parágrafos e uma interrupção.
"querida, nosso tempo acabou. te ligo pra marcar outro horário".
volto?

domingo, 12 de junho de 2011

Funções

Altos e baixos em linhas retas, onde fatores variados influenciam as coordenadas do gráfico. Um dos eixos representa os fatores biológicos, especialmente hormonais, que normalmente influenciam a função a cair devido a mau humor ou espinhas. O outro eixo representa os fatores externos. Os mais complicados.
Para se sair bem nessa prova o aluno precisa saber, de cor e salteado, que o eixo dos fatores externos se classifica em família, colégio, colégio e amigos.
Construa o gráfico de:
- Família tudo na mesma, a quase dois meses.
- Colégio extressante, mas já faz tempo e estou acostumada.
- Colégio me faz acordar cedo, fico cansada. Estressada.
- Uma das minhas amigas quebrou a clavícula e as outras não me procuram no recreio.
- Já menstruei esse mês.
Resposta: uma constante em "ajuda".

a propósito estou estudando função modular, me identifiquei com a moça.

domingo, 22 de maio de 2011

contar pessoas

Em um problema matemático não é possível se ter 0.5 pessoa, 1/2 população.
No Facebook tenho 475 amigos. Lê-se "pessoas onde há interesse em aceitar o convite de amizade virtual". No twitter tenho 310 followers. Lê-se spam, pedófilos, spam, uns conhecidos e spam.
Contar pessoas deve ser complicado. O Brasil gasta milhões, de século em século, pra contar um por um e depois fazer alguma coisa com o número. Foi divulgado não faz muito tempo, exatas (ou não) 190'732'964 pessoas. Ou meias pessoas. Ou desumanos.
Olhando umas fotos parei pra contar pessoas. Na foto vi 5 animais com polegar opositor e teleencéfalo altamente desenvolvido. 1,5 pessoa.
Contar pessoas, pessoas as quais devo contar, contar com as pessoas, pessoas me contarem.
Talvez 1 + 1 não seja dois, nem três. Quem sabe... 0,5?

obs: vale clicar no último link. de verdade

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Habitantes

Esses dias aprendi na aula de português que "hábito" tem quatro fonemas e "habito" tem cinco.
Hoje vi no National Geographic que existem mais bactérias do que insetos no mundo. Mais insetos do que humanos. Uma formiga para cada pessoa.
Ontem comprei duas revistas, uma vogue de 2009 de 324 páginas por dois reais e uma de decoração, dos anos 60, toda em chinês. Um real.
Ontem desisti de entrar num show porque me identifiquei com a minha formiga. Olhei pra fila e só vi tamanduás, com seus 25 ou 30 anos, bebendo cerveja num copinho de plástico.
Ontem cortei o cabelo. Eu não, a cabeleireira, logo a culpa foi dela. Ficou meio curto demais. Quando cheguei em casa, me perguntaram se eu não tinha exagerado. Eu não. Me disseram que cabelo curto rejuvenesce. Respondi, "putz!", replicaram "ah é, tu ainda quer crescer."
Fiquei na dúvida. Pensei melhor. Nunca mais vou deixar meu cabelo crescer.
(mesmo)

sábado, 23 de abril de 2011

Teste1

Nuvens no caminho. Turbulência sempre causa aquela tensão. Comissárias mentalmente treinadas continuam tranquilas, mães mudando de corado para pálido, crianças intercalando choro e grito. Balança, e passa.
Não é meu objetivo comparar a minha vida com um avião. Afinal avião cai, precisa de gasolina, de gente trabalhando, dorme num aeroporto, e eu não. Não seria uma metáfora legal. Meu objetivo é outro.
Ontem fiz um passeio importante o qual eu não devo me esquecer tão cedo. Importante porque me fez notar que eu tenho vivido esperando passar. Esperando as nuvens virarem chuva e o céu voltar a encher os meus olhos. Esperando sentada e de cinto afivelado, seguindo as recomendações do nosso amigo piloto.
Acho que não vai dar certo.
Começa aqui um teste. Teste1.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Sobre Sentar e Esperar

Sentei para esperar. Esperei. Não apareceu.
Esperei sentada. Apareceu. Não falei.
Sentei dormindo. Suspirei. Não lembrou.
Dormi sonhando. Acordei. Acordei.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

A Trajetória do Herói

O herói clássico é aquele que tem características além da capacidade do ser humano. São protegidos pelos deusus e têm o destino traçado. Em suas lutas, assumem o papel de representantes de seu povo. São poderosos, fortes, corajosos e predestinados a cumprir uma determinada missão.

O herói moderno enfrenta uma séria de problemas cotidianos e luta para superá-los, sem qualquer tipo de auxílio divino. Por se tratar de uma pessoa normal, pode fraquejar ou sucumbir às tentações (ele é, antes de tudo, humano), mas, ao fim de sua jornada, os valores que definem seu caráter o ajudarão a superar obstáculos e tentações. Por meio de suas ações, a dimensão humana e individual é valorizada.

Ironia é a figura de linguagem que consiste em afirmar o contrário do que se quer dizer.

Paradoxo é a figura de linguagem que consiste no emprego de palavras ou expressões que, embora opostas quanto ao sentido, se fundem em um enunciado.

domingo, 27 de março de 2011

vinte e seis bizarro

sábado, dia vinte e seis de março, um sábado em que tive que acordar cedo. claro que eu acordei atrasada, me arrumei correndo, engoli o café parecendo ter comido um sapo, saí correndo de casa com um sapato que fazia um toc-toc alto e chato e a impressão de que todo mundo estava me olhando. mas a gente se acostuma.
algumas bizarrices diárias têm acontecido quase diariamente, de uns dias pra cá. ótimo por um lado, dias bem vividos e diferentes e péssimo por outro lado, como sempre maior, porque parece que as coisas não dão certo nunca. de uns dias pra cá tenho concordado com quem diz que "as coisas não funcionam".
sábado, dia vinte e seis de março, minha mãe implicando comigo desde de manhã e eu não estou (e nem ela) de TPM. e essa mulher tem a capacidade de influir direta ou indiretamente no meu humor, sempre. por querer ou não, ela consegue. mas a gente se acostuma.
num desses dias bizarros, sentei no sofá de noite e liguei a televisão, pra ver a reprise do saia justa no gnt. programa de mulher, como diz o meu pai. o tema "adolescentes", no caso desse episódio especificamente, "adolescentes cinquetões", faz com que eu me sinta idiota. adolescente é uma das piores palavras já inventadas, grande demais pro colo da mãe e pequeno demais pra beber cerveja. santo Leo Jaime - que nasceu com trinta anos, chapéu e guarda-chuva - que escreveu em "A Vida Não Presta":
Você vai de carro prá escola
E eu só vou a pé
Você tem amigos à beça
E eu só tenho o Zé

mas que merda mesmo. dias bizarros? cresce, guria.

quinta-feira, 17 de março de 2011

ando sem nada pra dizer, muito menos pra escrever. tirando as novidades cotidianas que ninguém quer (nem deve) saber, ando sozinha.
ando mais sozinha e quieta, pensativa e parada, chata e chata. não é tão ruim assim.

é tipo alergia. todo mundo tem.
às vezes ela se guarda, por anos e anos, esperando a hora em que deve aparecer. quando aparece, a gente nunca sabe o porquê. daí ela some e a gente continua sem saber porque. depois a gente esquece.

segunda-feira, 7 de março de 2011

esqueci

ano passado, quando minhas férias começaram, eu ria sozinha e dormia do nada. o final das aulas tinha sido horroroso, pra variar, as eu consegui repor as energias em curtos dois meses. quando eles acabaram sim, desejei mais um.
não posso dizer que "não fiz nada", fiz sim. fiz o que eu estava com vontade de fazer naqueles últimos dois bimestres e não podia por causa de um colégio que nos ensina, de verdade, pra vida inteira. a gente é ensinado a se estressas desde cedo, para já ir se acostumando. quando começou o primeiro ano letivo do primeiro colégio portoalegrense lá estava eu, uniformizada e mais ou menos feliz, quase pronta pro ensino médio.
acabou o ano, começaram as férias, acabaram as férias, começou outro ano, chegou no carnaval.
parei de treinar e esqueci como se faz nada por mais de dois dias.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Parvo ao Diabo

Ao Inferno?! Ieramá!
Hiu! Hiu! Barca do cornudo.
Pero Vinagre, beiçudo,
rachador d'Alverca, huhá!
Sapateiro da Candosa!
Entrecosto de carrapato!
Hiu! Hiu! Caga no sapato,
filho da grande aleivosa!
Tua mulher é tinhosa
e há de parir um sapo
chantado no guardanapo!
Neto de vcagarrinhosa!
furta-cebolas! Hiu! Hiu!
Excomungado nas igrejas!
Burrela, cornudo sejas!
Toma o pão que te caiu!
A mulher que te fugiu
para a ilha da Madeira!
Ratinho da Giesteira!
O Demo que te pariu!
Hiu! Hiu! Lanço-te uma pulha!
Dê-dê! Pica naquela!
Hiu! Hiu! Caga na vela!
Hiu, cabeça de grulha!
Perna de cigarra velha,
caganita de coelha,
pelourinho de Pampulha!
Mija na agulha, mija na agulha!

"O Auto da Barca do Inferno",
uma obra absurda de Gil Vicente

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

queda de mercado

gosto muito de muitas pessoas. mais de umas do que de muitas, menos de umas do que de outras. considero de verdade pouquíssima gente. valorizo o monopólio que algumas pessoas têm sobre mim, quando se tratam de alguns assuntos específicos.
ano passado me decepcionei de verdade com uma das potências do meu mundo, que vivia num clima bem unificado. sem aquele esquema clichê de bipolaridade no poder, guerra fria, guerra quente, guerra picante, que essa gurizada medonha que eu vejo todos os dias no colégio vive.
a mais ou menos duas horas atrás, a mais forte de todas as economias de mercado acabou de sofrer uma forte queda, o que colabora para as expectativas e esperanças que se guardavam para um futuro próximo.

sempre ouvi que tratamento nem sempre era coisa para doente.
esse foi um caso em que fui diagnosticada sã.
mesmo sem problemas, sem carências, sem nada pra contar, sim - deveria me tratar.
quero. posso?

domingo, 20 de fevereiro de 2011

os figurantes do ano passado

Em um ano muita coisa acontece. Muita coisa a gente lê, ouve, vê e sente. Pena que a maioria a gente esquece. É costume, em uma retrospectiva, só nos lembrarmos do que foi grandioso e extraordinário, enquanto os responsáveis pelo sucesso ou fracasso do filme gravado nos últimos 365 dias tenham sido os figurantes: um bom banho, uma caminhada no parque, uma risada de criança, um almoço de domingo.
Normalmente, todas as coisas as quais eu lembro em detalhes são completamente mínimas e diárias. Recordo o número do último vôo que procurei em uma das telas do aeroporto e não sei quem ou quantas pessoas foram na minha festa de aniversário do ano passado.
Mesmo com esta dificuldade em lembrar do que eu deveria, o dia 21 de Julho de 2010 não pretende seguir a regra. Foi esse o dia em que eu cheguei pálida e trêmula no Hospital Santo Antônio, em Porto Alegre, e só saí de lá no dia seguinte - já me sentindo diferente. Lembro dos detalhes mais desinteressantes incluindo o gosto do remédio calmante, e agradeço sinceramente por não me lembrar de nada desde a anestesia geral até a hora em que eu abri os olhos.
O ano acabou e só parei para pensar nele agora. Esse também é meu plano para 2011: deixar que meu cérebro selecione por si só do que eu devo lembrar e esquecer, para que eu volte a rir ou a chorar do que pá passou quando esse ano também acabar. Até lá, minha agenda será a única responsável pelos meus planos para o dia seguinte.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

sonho2

estava eu, acompanhada pelos meus pais, numa loja totalmente branca e clara, com alguns tons nude - coisa chique - vendo umas roupas. de repente apareceu uma mulher, alta e agitada, dizendo que eu tinha sido selecionada e que eu tinha que vestir aquilo, agora. aquilo era uma blusa preta com listras coloridas (cuja figura eu não encontrei na internet e por isso brevemente lançarei na minha grife) e uma calça, no mesmo preto, combinando. saí correndo e me vesti. ao sair do vestiário, a mesma mulher e um fotógrafo tiraram fotos bizarras de mim - ainda na porta - e me mandaram sentar, num sofá, sozinha.
menos de cinco minutos depois apareceu a alta denovo, dizendo que eu tinha sido a selecionada entre as selecionadas (as quais eu não vi nenhuma, mas enfim) e que eu tinha que ir, agora, rápido, pra lá.
pra lá era tão longe que eu tinha que ir de avião. meu pai estava muito empolgado, eu não entendia nada e minha mãe preocupadíssima corria atrás de nós rumo a loja de malas, onde eu comprei uma gigante para guardar a roupa do corpo que eu vestia antes daquele uniforme preto com listras.
entramos no carro e a mãe dirigia rápido, correndo, enquanto o pai comprava a minha passagem pelo site da GOL, graças ao notebook que ele tinha no colo.
chegamos no salgado filho, meu pai me empurrou para o embarque e, abraçado na minha mãe que chorava, me abanaram emocionados. eu não entendi nada.
acordei

domingo, 30 de janeiro de 2011

i would like to have something to tell you

férias lembra tédio, que lembra fazer nada, que lembra procurar coisa pra fazer, que lembra fazer coisas que não costumo, que lembra ver televisão.
hoje, domingo - o dia mais malvado dos sete -, acordei às 7h30min da manhã, o que já demonstra certa estranhice. de tarde, depois de tentativas fracassadas de coisas legais a fazer, deitei no sofá da sala e liguei a televisão. e sim, estava dando Faustão.
para a minha alegria, Faustão estava com um magnífico artista da música superpopular brasileira, que além de lindo é muito simpático. nosso querido Reginaldo Rossi - o Rei do Brega, apresentando seu último trabalho: Cabaret do Rossi. cantorias a parte, vossa majestade contou que ainda este ano será lançado um filme que relata sua trajetória. não tenho XP de vida suficiente para conseguir imaginar.
mais tarde, no Fantástico, uma índia vendida pelo pai, que cobrou 2mil reais e uma antena parabólica. esta deseja ser alguém na vida, lê-se professora.
o domingo já acabou e o título desse post está na minha agenda desde a minha conversa com uma amiga da Nova Zelândia, a qual eu obviamente conheci no omegle, sobre preconceitos de sotaque e cor. lembrei-a sobre ser uma lucky girl, por ser branca como a neve, ter cabelos ruivos e um sotaque de país desenvolvido. além da boca, ela tem tudo o que precisa para ir a Roma. e muito mais.

com estes dois exemplos conclui que eu realmente não tenho nada a contar.
nada ruim péssimo terrível que mereça a atenção de alguém.
nada sortudo privilegiado classe A que mereça o desdém de alguém.
nasci no meio mais pra cima. nem embaixo nem em cima. não pretendo ficar por aqui mesmo.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

dia d

formatei meu computador ontem, isso significa uma nova procura de planos de fundo. não que eu não goste
numa das velhas páginas de meses atrás, achei um texto importante. há exatos cinco meses e cinco dias atrás, deitei pra acordar diferente. blogar para não esquecer.

brand new

leiam. ou não

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

instinto

dia 12 de janeiro de 2010
EP1
minha mãe me ligou, dizendo que estava saindo do consultório e que buzinaria na frente do nosso prédio, avisando pra eu descer. salvei e saí da família terrano da vizinhança youth town do meu the sims 2 para me arrumar. jeans normal, blusa normal, afinal a gente iria no colégio comprar uniforme. ela chegou, fomos no colégio, comprei uniforme, entrei no carro. a próxima parada era a farmácia.
EP2
meia-hora esperando a homeopatia ficar pronta na farmácia marcela (sim, marcela!), mais um tempinho até a garagem. saímos do carro com as sacolas, bolsas e guarda-chuvas nas mãos, conversando alguma coisa que eu já não lembro mais. sei que uma hora ela parou de falar e saiu um barulho de mãe, lá do fundo. foi um 'ai, marcela, e agora." tinha um gato enrolado na minha perna.
EP3
entreguei tudo o que eu tinha nas mãos pra ela, me abaxei e não precisei nem esticar os braços para que um felino totalmente sujo de graxa pulasse nas minhas pernas. não teve jeito, levamos pra casa. banho, ração, leite, dormir, correr, conhecer minha cachorra. não tinha mais jeito mesmo, pedi pra minha irmã mais nova ligar pro pai. crianças tem vantagem nessas coisas.




agora não tem mais jeito mesmo mesmo.
esse é o ozzy, ele mora comigo.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

describe marcelaavila in three words

"adorei o background", ele disse, "pequeno e inspirador." fiquei feliz com um comentário assim, tão espontâneo e divertido, vindo justamente dele. sem querer, o interrompi com um comentário contundente que minha língua resolveu vomitar, sem dó do meu bom senso: "tem uma moça olharesca - que aparenta não ser muito terna - nos olhando do terceiro andar daquele prédio." determinado, levantou da calçada e caminhou rápido, até o interfone. gritei baixinho "não, não precisa, vem cá..", mas não deu tempo. ele sempre foi assim, teimoso e orgulhoso, a ponto de não interromper o que começou. virou para trás, lentamente, e largou um "mar-ce-li-nha" que me deixou calada, pensando, até ele voltar. deitei na grama, para pensar, que é o que os humanos fazem e os alternos também (porém acompanhados de café). gosto, gosto muito dele. inteligente e misterioso em doses certas e bem reguladas, variando de acordo com o clima. talvez até demais pra mim. levantei. ele já estava demorando para voltar, o ciúme apareceu como o diabinho que surge do lado esquerdo da gente. ele podia ter encontrado alguém mais interessante do que eu. ser a 'olhudinha' dele, a colega criativa da 205, a antiga amiga - nova namorada talvez não bastasse. talvez não competisse com uma morena de olhos azuis e vestido de estampa florida azul, rodado no estilo 60's, que ele pode encontrar no corredor desse prédio. porque, pensando bem, puta que pariu, eu sou chata pra caralho, não faço nada pra mudar e não pretendo tão cedo. perto de mim, qualquer coisinha pode parecer linda, gostosa, glamurosa, entre outros adjetivos que fazem qualquer mulher lançar o perfume num guri. ele voltou. mudei a cara, olhei pro lado e voltei, apaga os cookies, deu. sorri. sentou do meu lado e contou que a senhora não teve coragem ou vontade de abrir. "no que tu tava pensando?", perguntou. sim, o universo me proporcionou um moço tão bom a ponto de perceber que eu estava pensando em algo diferente do normal só em observar meu rosto - sendo que ele não tem o poderes mágicos. ele é ele e deu. sorri com diâmetro mais largo, com direito a dentes reparados por dois anos e meio de aparelho, e confessei: "faria loucuras contigo."

post baseado nas besteiras e pseudo-anonimas-verdades que eu li no meu último perfil de posts anônimos, o threewords.me. as palavras sublinhadas são as que eu tirei de lá (usei todos os posts menos os dois últimos, que guardei pro próximo). as palavras em azul claro cegante são links, pros mais interessados. agradeço os posts lá e peço mais!

domingo, 9 de janeiro de 2011

meu pedido supereducado

o maravilhoso blogspot tem me proporcionado analizar as estatísticas desse recém-feito blog. com isso, concluo diariamente que realmente existem pessoas lendo isso.
infelizmente isso atrapalha a minha cabeça. não sei se continuo escrevendo, se opto por postar as minhas fotos, a contar historinhas, não sei. vou aguardar um sinal de vida da minha criatividade ou comentários. repito, comentários - anôminos seriam legais.

sábado, 8 de janeiro de 2011

ano

alguns dias atrás estava eu, lixando as unhas no sofá, quando minha mãe ligou a televisão no GNT, onde tava passando Saia Justa. costumamos ver esse programa aqui em casa discutindo, ao mesmo tempo. o intruso do episódio era o Xico Sá, que me faz lembrar as férias do ano passado, o que me faz rir mais que o normal.
enfim, um dos assuntos debatidos foram os planos pra 2011 - fazê-los ou não.

costumo fazer, sempre. e esquecer na segunda semana de janeiro.
nesses últimos anos acabei lembrando só de um dos tópicos do plano anual: colégio e notas.
no ano antes do fim do mundo, resolvi fazer diferente: traçar só um objetivo e o resto que aconteça por acontecer. esse único objetivo tem foco no colégio, nas notas e no que eu quero. ano passado o plano era relaxar, desencanar e largar de mão. resultado1: recuperação em matemática. resultado2: estudar feito louca no bimestre seguinte = stress. não foi legal. acompanhando o início do ensino médio, o objetivo do ano é me sair o melhor possível.

talvez o stress seja indispensável

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

city.vi

hoje acordei mais ou menos ao meio-dia, com a notícia de que minha médica tinha transferido a consulta para hoje às 16h00. tudo bem, não tenho nada pra fazer mesmo.
vi jornal do almoço, globo esporte e jornal hoje sentada no sofá e, depois de estar totalmente e completamente informada sobre a contratação do ronaldinho gaúcho pelo grêmio, fui almoçar - de pijama.
comi quase tudo, tomei suco de uva e um proibido copo de coca-cola. para saciar o meu vício, salvei e saí da família do the sims que a minha irmã tava jogando e fui checar meu email (super movimentado).
dessa vez, junto com todas as notificações de atualização do twitter, facebook e afins, SIM tinha uma coisa interessante. recebi um convite da Fundação City Media.
pra quem não sabe (eu não sabia) essa instituição procura 'blogs relevantes' pra convidar seus respectivos autores a se tornarem administradores de vídeos da sua cidade, que são postados no youtube com [nomedacidade].vi. logo que li fui tentar, riodejaneiro.vi, saopaulo.vi, recife.vi e os resultados são bem interessantes.
por coincidência, eu tinha falado exatamente sobre 'vídeos pela cidade' com um amigo meu que está prestes a ir embora do #fornoalegre e, por sorte, o moço estava online no msn.
pelo convite bem simpático que eu recebi e pela coincidência estranha que aconteceu, estou pensando seriamente em aceitar fazer parte dessa loucura.

"Teríamos muito gosto em que se tornasse administrador do portoalegre.vi e oferecesse aos cibernautas uma selecção vídeo abrangente sobre Porto Alegre. Ao gerir o site de vídeo da sua cidade, ganha todas as receitas provenientes do site: anúncios publicitários, registo de profissionais, hiperligações..."


Essa última parte eu não entendi, mas investigarei..

domingo, 2 de janeiro de 2011

theewords.me/marcelaavila

botem minha curiosidade pra dormir  
agradeço desde já. se é que alguém vai clicar
alguma coisa me diz que isso vai me fazer voltar